Na cozinha da vida: o tempo das coisas.

Eu segurando um bolo de maça que fiz, polvilhado com muito açucar e canela.

    Salve! 

    Saí da casa de minha mãe sabendo cozinhar apenas arroz, que só aprendi porque fiquei curioso e perguntei a ela como fazer. Também sabia o básico sobre como pilotar uma churrasqueira, pois ajudava meu pai quando fazíamos churrasco. Isto, além de algumas frituras, era tudo o que eu sabia sobre cozinhar. 

    Perdi meu pai quando eu tinha 15 anos e deixei a casa de minha mãe com 23. Fui morar junto da minha então companheira, que veio a ser a mãe de minhas filhas, ficamos juntos por cerca de 13 anos. Dentro desse período eu já tinha me aproximado mais da cozinha, pois gostava de estar junto e, como ajudante, fazer o Mise en place - organização dos ingredientes, utensílios e ambiente antes de preparar a receita. 

    Certa ocasião decidi preparar um macarrão à bolonhesa e inexperiente que era, no comando do fogão, coloquei o macarrão para cozinhar e fui preparar o molho. Se você é ligeiro na cozinha deve saber que o macarrão cozinha entre 6 e 10 minutos e que esse tempo não é suficiente para, em paralelo, preparar e finalizar o molho. 

    Pelo menos, não da forma como eu queria, pois eu precisava cozinhar a carne até dourar, refogar a cebola, alho, acrescentar tomate picado, extrato de tomate, sal, pimenta e então deixar o molho cozinhar para encorpar, no final, com o fogo já desligado, acrescentar salsinha.

    Pois bem, por conta desse equívoco, o macarrão ficou pronto muito antes do molho e começou a grudar, na época eu não sabia que bastava eu passar um pouco de água fria nele para interromper o cozimento e evitar que ele grudasse. Entretanto, minha companheira chegou na cozinha, viu aquilo e... bom, digamos que ela não foi muito legal comigo. 

    Cozinhando aprendi que a preparação das receitas tem uma ordem que precisa ser seguida, geralmente ligadas ao tempo de cocção de cada ingrediente, não se pode acelerar o processo, pois corremos o risco de passar do ponto e o resultado não ser satisfatório. 

    Assim são as coisas na vida, como um bolo, é preciso viver o processo, pré-aquecer o forno, ajustar a temperatura, aguardar o tempo certo para o fermento agir, a massa crescer, dourar e então esfriar para que possamos degustá-lo. 

    Isso é sobre entender o processo e aceitá-lo. Se você se identificou, ou esse texto falou contigo de alguma maneira, eu adoraria saber. Deixe um comentário abaixo, vamos trocar uma ideia. Forte abraço!